No HGF, evento levanta discussões sobre epilepsia e desafios de portadores da condição

26 de março de 2024 - 15:38 # # #

Assessoria de Comunicação do HGF
Texto e fotos: Suzana Mont’Alverne

Entre os diálogos pautados durante o evento, as dificuldades enfrentadas pelos pacientes, rede de apoio, desconhecimento e orientações preventivas

“A epilepsia é um problema até o momento que você a conhece”, ressalta Camila Aquino Nogueira, de 25 anos, durante sua participação no evento Diálogos sobre a epilepsia e os desafios do cotidiano, promovido pelo Hospital Geral de Fortaleza (HGF), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), na manhã desta terça-feira (26).

Acompanhada no Ambulatório de Epilepsia desde 2019, a estudante de Administração conta que suas crises iniciaram ainda durante a primeira infância. “A minha primeira convulsão aconteceu quando era bebê, logo após a amamentação. Desde então, apesar do susto inicial da minha família, tive suporte e assistência desde então”, relata.

“Vivo tranquilamente, sem grandes restrições, e luto para que outras pessoas possam também viver dessa forma”, afirma a estudante Camila Aquino, paciente no ambulatório do HGF

Coordenador do ambulatório que acompanha os pacientes com epilepsia, o neurologista José Hortêncio Santos, reforça que o conhecimento sobre a doença precisa ser disseminado para que os mitos, medos e inverdades não sejam mais a principal referência para a população.

“Temos ainda hoje informações equivocadas sobre as epilepsias. Com o uso de medicamentos as pessoas conseguem ter uma vida normal, apenas com algumas restrições para controle do risco de crise”, pontua, acrescentando que “o desconhecimento não pode mais impor vergonha, medo ou constrangimento para essas pessoas”.

Camila afirma ter uma vida normal, sem crises devido ao uso correto da medicação. “Vivo tranquilamente, sem grandes restrições, e luto para que outras pessoas possam também viver dessa forma”, explica a estudante e também voluntária no projeto SOS Epilepsia. 

Palestrante do evento, Vicente Matias Cristino, especialista em Atividade Física Adaptada e mestre em Educação Especial, destacou que “a vida comum também inclui a prática de atividades físicas, e é comum o aconselhamento para a não prática de exercícios físicos, por medo, preconceito, superproteção ou mesmo desconhecimento, podem impedir que algo tão benéfico seja evitado”. “Com apoio médico, é sim possível se exercitar, mesmo que seja uma caminhada”, enfatizou.

Durante o evento foram ainda debatidos as dificuldades enfrentadas pelos pacientes, rede de apoio, os entraves e orientações preventivas. A enfermeira do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC), Sâmia Jardelle Costa, destacou que  o evento permitiu a potencialização da abertura dos espaços para discussões. “Não devemos colocar essa pauta somente em março, vamos nos organizar para informar e desmistificar todas as informações errôneas”, concluiu.