Dia Mundial do Rim; mulheres são as mais afetadas com problemas renais
8 de março de 2018 - 19:27
Com uma rotina tripla de trabalho, que limita o acesso da mulher aos serviços de saúde, e a dificuldade em conciliar a família e a carreira, são alguns dos problemas que restringem a mulher de dedicar alguns minutos do seu dia para cuidar da saúde. O reflexo desse problema rotineiro é a falha na detecção de doenças em que a atenção precoce é a melhor forma de previnir consequências mais severas, como os problemas renais. Com a o intuito de conscientizar o público feminino, o Dia Mundial do Rim será comemorado nesta quarta-feira, 8 de março, data em que também se celebra o Dia Internacional da Mulher, principal foco da campanha deste ano.
A justificativa para a coincidência de datas é simples: a porcentagem de mulheres com doenças nos rins é de 14% enquanto entre homens chega a 12%. Segundo dados divulgados pela organização do World Kidney Day (Dia Mundial do Rim), as doenças renais crônicas afetam aproximadamente 195 milhões de mulheres em todo o mundo, sendo atualmente a 8ª principal causa de morte entre o público feminino, com cerca de 600 mil mortes por ano.
A aposentada Maria do Socorro Farias, 57, está internada no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), da rede pública de saúde do Governo do Estado do Ceará, há um mês, tratando de uma Síndrome Nefrótica (distúrbio renal em que o corpo libera proteína em excesso) que descobriu há dois anos. Em 2012, a paciente teve câncer de colo de útero e graças ao diagnóstico precoce, ela conseguiu detectar a doença e tratar da forma correta.
“Eu descobri a minha doença durante o exame de prevenção, nunca perdi nenhum, o que acho muito importante, pois foi o que salvou a minha vida. Se eu não fizesse exame regularmente, talvez nem estaria aqui hoje”, fala a aposentada.
Os rins são responsáveis por controlar a eliminação de líquidos e excreções, além de produzir hormônios que podem interferir na pressão arterial e produção de glóbulos vermelhos. O mal funcionamento deste órgão tão essencial para o corpo humano pode ser sinal de alguma doença renal. A médica nefrologista do HGF, Daniele Pinto, explica que a principal causa de insuficiência renal é a hipertensão e a diabetes, mas que quando se trata de obstrução urinária, a principal causa é câncer de colo de útero.
“Esse câncer na mulher é a principal causa de obstrução urinária, porque ela fecha o canal da bexiga e não deixa que o xixi passe, o que causa a insuficiência renal, levando a mulher à hemodiálise por conta disso”, fala a especialista.
As doenças se instalam a partir de hábitos comuns na vida da maioria das pessoas e podem ser prevenidas com simples mudanças no estilo de vida. A nefrologista também alerta para os cuidados que a mulher deve ter para garantir uma melhor qualidade de vida.
“Ir regularmente ao médico, aferir a pressão regularmente, dosar a glicemia, creatinina, sumário de urina, ter uma alimentação saudável e praticar alguma atividade física, são atitudes fundamentais para uma vida mais saudável sem doenças”, fala.
No HGF, somente em 2017, foram realizadas 15.274 diálises, enquanto no primeiro bimestre de 2018 foram registrados 2.219. O hospital também garante exames laboratoriais, de imagens e biópsias. O paciente com suspeitas ou diagnóstico de doença renal grave, após consulta no posto de saúde mais próximo da sua casa, é encaminhado pela Central de Regulação para atendimento no Hospital Geral de Fortaleza.
Assessoria de Comunicação do HGF
Débora Morais
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