Um dia para marcar o enfrentamento ao câncer

3 de fevereiro de 2018 - 03:00

Muitas vezes, o melhor caminho para superar uma grande dificuldade é o enfrentamento. Quando o problema é câncer, a confrontação passa pelo conhecimento e sobre a doença e é por isso que, anualmente, todo o dia 4 de fevereiro, é lançada uma convocação mundial para a conscientização através do Dia Mundial do Câncer. É com esse estímulo que a técnica de enfermagem Raimunda Nonata, 49, vem conseguindo enfrentar a sua doença.

Em 2015, a técnica percebeu que estava com um caroço no pescoço, mas somente um ano depois, após uma cirurgia, foi que Raimunda decidiu procurar um especialista no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), da rede pública de saúde do Governo do Estado do Ceará, para saber o que era.

“Quando o caroço apareceu, eu nem me preocupei. Foi depois de uma cirurgia que não tinha ligação com o câncer, que eu resolvi ir atrás de um médico e fui diagnosticada com um linfonodo, câncer que se origina nos gânglios”, fala.

O câncer é a segunda causa de morte por doenças, no Brasil (os problemas cardiovasculares ainda lideram e atingem cerca de 30% da população). Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença segue vitimando aproximadamente 180 mil brasileiros por ano. Ao contrário do que acontece em países desenvolvidos, os índices de mortalidade não caem no Brasil e o principal motivo é o diagnóstico tardio.

Os dados do Inca ainda revelam que somente para 2018, está previsto cerca de 600 mil novos casos de câncer no Brasil. O oncologista e chefe do ambulatório de oncologia do HGF, Roberto Furlani, ressalta que a população tem que ir ao médico regularmente, para que em casos de detecção do câncer com um diagnóstico precoce, as chances de cura são maiores.

“A população tem que procurar os serviços de saúde em caso de sinais ou sintomas suspeitos, como sangramento nas fezes, nódulos nas mamas, gânglios palpáveis, tosse persistente com sangramento ou dor abdominal sem causa definida. Se detectado cedo, o câncer tem maior chance de cura”, explica.

600 mil casos de câncer

Na luta contra a doença, a técnica de enfermagem foi surpreendida com a descoberta de outro câncer, dessa vez mais grave, um adenocarcinoma (câncer que afeta vários órgãos).

“Na hora em que a gente recebe a notícia, dá medo. A gente não gosta pelo impacto que é saber que você está com câncer, principalmente no meu caso que estou sendo tratada de dois. Mas a gente segue em frente, por conta da família”, ressalta.

Atualmente, a paciente continua sendo atendida pela unidade, através do Centro de Infusão (espaço exclusivo para aplicações de medicamentos biológicos subcutâneos, dos mais variados tipos de hemotransfusão), para tratar do linfonodo. Já o adenocarcinoma, o câncer mais grave que a paciente tinha, desapareceu.

Cuidados Paliativos

Receber a notícia da doença, nunca é fácil para o paciente e nem para a família, principalmente quando esse diagnóstico é de uma doença como o câncer, pois mexe com a vida de todos que estão ao seu redor. Um acompanhamento multiprofissional se faz necessário já que em muitos casos no estágio inicial da doença o tratamento geralmente é agressivo, com objetivo de cura ou remissão, e isso é compartilhado com o doente e sua família de maneira otimista.

Quando a doença já se apresenta em estágio avançado ou evolui para esta condição mesmo durante o tratamento, com intenção curativa, a abordagem paliativa deve entrar em cena no manejo dos sintomas de difícil controle e de alguns aspectos psicossociais associados à doença. Como é o caso do seu Manoel Damião, 39. O pescador de Beberibe está internado no HGF há um mês e meio com cuidados paliativos de um câncer na coluna vertebral.

A sobrinha que o está acompanhando, Ana Lídia Damião, 25, conta que desde outubro o tio sentia dores no pescoço e no braço e que em um dia normal de trabalho, ele não conseguiu mais levantar.

“Ele estava trabalhando quando ao pegar um peso, sentiu uma dor e não conseguiu mais levantar. Trouxemos para o hospital e foi quando descobrimos que ele estava com câncer e que estava em estágio muito avançado”, relata.

Com a progressão da doença, seu Damião segue sendo acompanhado pela equipe multidisciplinar dos cuidados paliativos, ele está restrito ao leito por recomendações médicas, fazendo uso de colar cervical e colete para evitar mais danos à coluna.

Prevenção

Hábitos de vida saudáveis, especialmente alimentação, com mais frutas, verduras e legumes e menos gorduras e carnes vermelhas faz a diferença. Além disso, praticar regularmente exercícios físicos, ter uma atividade de lazer, não fumar e evitar exposição solar em excesso e sem proteção adequada, também são pontos que ajudam a prevenir o câncer.

Mais informações
Serviço de Oncologia do HGF: (85) 3101-7093

 

Assessoria de Comunicação do HGF
Débora Morais
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