Sintomas e tratamento do autismo são discutidos no HGF
22 de novembro de 2014 - 18:16
Quando Moacir Patrício completou quatro anos de idade e até então, não tinha apresentado nenhum sinal de linguagem, ou seja, não falava, a mãe notou que havia algo de errado com o filho. “Ele não olhava nos olhos das pessoas, não se comunicava e tinha déficit de atenção”. Foi nesse período que a funcionária pública Ana Elizabeth começou a peregrinação para tentar descobrir o problema de saúde do filho. Ela levou Moacir ao pediatra, fonoaudiólogo, psicólogo, psiquiatra e neurologista. O diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista-TEA, só veio há um ano, quando Moacir Patrício estava prestes a completar 13 anos de idade. “Foram muitos anos de angústia sem saber qual a doença do meu filho”, desabafa Ana Elizabeth.
As possíveis causas que acabam retardando o diagnóstico de autismo nas crianças, a importância do papel dos pais no trabalho de identificação da doença, sintomas, fatores ambientais e tratamentos da patologia foram discutidas na manhã deste sábado, 22/11, durante o III Encontro de Neurologia Infantil do Hospital Geral de Fortaleza. O evento reuniu profissionais da saúde de diversas áreas, educadores, pais e crianças autistas.

Para a neuropediatra do HGF, Liana Coelho, o diagnóstico do autismo ainda é um desafio. “Às vezes o diagnóstico é difícil, principalmente se associado a transtornos comportamentais. É preciso estudar profundamente cada caso. Muitas vezes os pais chegam ao consultório e relatam que os filhos são hiperativos. Será só isso mesmo? O diagnóstico é responsabilidade do médico, porém é tarefa dos pais observar o comportamento dos filhos”.

Os critérios diagnósticos e a conduta medicamentosa para os casos de autismo foram apresentados pela neuropediatra Dra. Silvia Lemos. Ela explicou que há diferentes tipos de medicação e cada uma, é direcionada para o tratamento específico de um sintoma. “Hoje, por exemplo, a melatonina e o ferro oral são as principais medicações prescritas para os distúrbios do sono, um dos sintomas do TEA”. O papel e a importância do trabalho multiprofissional no diagnóstico e tratamento do autismo também foram discutidos durante o Encontro de Neurologia Infantil do HGF.
Autismo
O Transtorno Espectro Autista – TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, estima-se que mais de 70 milhões de pessoas sejam portadores da doença. No Brasil, são aproximadamente dois milhões de pessoas.
Sintomas
Os sintomas do autismo podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. Especialistas alertam para a observação dos seguintes critérios evolutivos: aos três meses, o bebê normal já acompanha o olhar do cuidador. Aos seis, ele está apto a dar atenção às pessoas. Quando o bebê é autista, não há essa evolução. Ele não responde a estímulos sonoros e geralmente presta mais atenção nos objetos, como os brinquedos, por exemplo.
As chances de reverter os sintomas quando o autismo é diagnosticado nos três primeiros meses de vida são boas, depende o grau da doença. Por isso, os bebês que nascem no Ambulatório de Prematuros do HGF são acompanhados por uma equipe multiprofissional e recebem tratamento da doença.
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