II Workshop de Implante Coclear e Próteses Auditivas do hgf

22 de junho de 2013 - 21:38

O Auditório do Hospital Geral de Fortaleza ficou pequeno diante da quantidade de profissionais e pacientes que vieram participar do II Workshop de Implante Coclear e Próteses Auditivas do HGF. O encontro colocou em pauta a nova tecnologia que envolve o implante coclear, denominada Binaural. O modelo conta com um implante e um processador de fala que permitem uma escuta bilateral, ou seja, um único implante com dois eletrodos que estimulam as duas cócleas simultaneamente. O processador de fala analisa e trata o sinal captado pelo seu microfone e pelo microfone contralateral. A nova tecnologia significa uma alternativa ao implante bilateral.

Participaram dos dois dias de eventos otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, pedagogos, psicopedagogos e enfermeiros – ao foram 150 inscritos. Além de 120 pacientes – todos com implantes. Durante o Workshop foram ministradas palestras por profissionais do Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Natal. A fonoaudióloga Fabiana Danielle, especialista de São Paulo, falou sobre a importância de eventos que tragam à população conhecimentos e aos profissionais capacitação. “Aprimorar conhecimentos e promover a troca de experiências entre nós profissionais é essencial para que desenvolvamos um bom trabalho”, ressaltou a médica. Também paulista, o enfermeiro Alexandre Oliveira, ministrou uma palestra sobre os cuidados e o manuseio correto do aparelho coclear para oferecer maior tempo de durabilidade. “Toda a família deve participar do processo e caminhar junto ao paciente”, afirmou o profissional.

De acordo com o Chefe do Serviço de Otorrinolaringologia, João Deodato Carvalho, o implante coclear é uma tecnologia de alta complexidade e requer dos profissionais uma atualização constante. “Nosso objetivo, além de levar à equipe multidisciplinar e aos implantados os avanços tecnológicos na área, é também divulgar a especialidade e o trabalho que desenvolvemos aqui no hospital, pioneiro nesse tipo de tratamento na rede pública do Ceará”, diz o médico.

A procura pelo implante coclear é muito grande, mas nem todos os pacientes são habilitados para recebê-lo e nem todos os profissionais estão capacitados a conduzir de maneira correta a adaptação, é o que destaca a Chefe do Serviço de Fonoaudiologia, Emília Kelma Alves. “São no mínimo seis meses para um paciente se adaptar ao ouvido biônico, por isso é importante o profissional, principalmente do interior do Estado, está habilitado. Existem até pacientes que não conseguem se adaptar ao implante e acabam retirando-o. Nós vemos nesse Workshop a oportunidade de esclarecer dúvidas e quaisquer questionamentos”, afirmou a fonoaudióloga.

A iniciativa do encontro foi do Núcleo de Saúde Auditiva do HGF que recebe e oferece ao paciente todo o acompanhamento necessário através de vários profissionais como psicólogos, otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos. A psicóloga Adna Rabelo que faz parte do Núcleo afirmou que “esse é um processo lento e delicado, desde a chegada do paciente, avaliação, até o ato cirúrgico. É preciso acompanhar tudo de muito perto para não haver problemas e nem frustrações”.

A dona de casa Karla Moura, mãe da pequena Vitória Luanna de 7 anos, tem no rosto um largo sorriso, alegria de quem reconquistou a vontade de viver depois de um implante coclear. Há três anos a garota recebeu o implante no HGF e hoje participa do Workshop promovido na Unidade para tirar dúvidas e conhecer um pouco mais sobre a nova tecnologia. “Antes da cirurgia a minha filha não interagia com outras crianças, hoje ela estuda numa escola normal e até tira notas boas. Tenho certeza que minha pequena ficou mais feliz depois do implante”, disse emocionada a mãe.

Dos 120 pacientes que participaram do Workshop, 100 são pessoas que receberam o chamado ouvido biônico no próprio HGF. A Unidade de Saúde é a única do Ceará que realiza, através do Sistema Único de Saúde, o implante coclear, além de ser referência no Brasil nesse tipo de cirurgia. De acordo com o Diretor Geral do HGF, Zózimo Medeiros, a Unidade foi credenciada para realizar o procedimento em dezembro de 2009 e de lá para cá já realizou mais procedimentos do que a meta anual de 24 implantes estabelecida pelo Governo Federal. “Esse é um dos trabalhos de que mais nos orgulhamos no HGF. É gratificante observar a expressão de felicidade no rosto das pessoas que voltam a ouvir ou ouvem pela primeira vez. Isso é um ganho incalculável para eles e para as nossas equipes de profissionais”, ressaltou o Diretor Geral da Unidade.

Assessora de Imprensa do HGF
Oona Quirino
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