Médico urologista do Detroit Medical Center, nos EUA, ministra palestra no HGF
20 de janeiro de 2012 - 14:55
O médico e professor que atualmente coordena o serviço de Urologia do Detroit Medical Center, nos Estados Unidos, Edson Pontes, criticou o modelo cartesiano tão utilizado hoje pela medicina e apontou novos caminhos para uma medicina cada vez mais personalizada
O médico cearense Edson Pontes estava de férias em Fortaleza quando foi convidado pelo chefe do serviço de Urologia do HGF, Fábio Dantas, a ministrar palestra para médicos e residentes das clínicas da Urologia e Cirurgia Geral da unidade. Referência mundial no tratamento de cânceres urológicos, o médico e professor que já tratou personalidades como o ex-presidente francês François Mitterrand, aceitou prontamente o convite. A palestra “Cirurgia em Urologia Oncológica” foi realizada na manhã desta sexta-feira no auditório principal do HGF.
Surpreendendo a todos, o médico começou sua fala provocando uma reflexão sobre as abordagens convencionais de cura que se baseiam na concepção cartesiana, um modelo antigo, que segundo ele, precisa ser revisto. Para ele, são os médicos do futuro que vão viver essa revolução na área da saúde. Mas para isso, é preciso quebrar os paradigmas, ousar, experimentar o desconhecido. É preciso abrir a mente para os novos conhecimentos que a ciência traz e oferecer ao paciente todas as ferramentas possíveis para evitar o máximo de sofrimento e sequelas do paciente. Para ele, a medicina do futuro que muitos já estão construindo hoje será menos especializada e cada vez mais personalizada.
O professor Edson Pontes destacou ainda a importância de se criar uma relação mais próxima entre o cuidador e o paciente. É preciso tratar as pessoas na sua individualidade, compreendendo que as respostas ao tratamento podem ser diferentes para cada paciente.
O médico falou ainda sobre as novas tecnologias para tratamento do câncer, utilizadas no Detroit Medical Center, que possibilitam a realização de cirurgias cada vez menos mutiladoras, com a preservação de órgãos que de outra forma seriam extirpados. Para ele, essas novas tecnologias logo serão utilizadas no mundo inteiro. É preciso ainda refinar o conhecimento no tratamento das sequelas. No trato da Uro-oncologia o paciente é tratado para vencer o primeiro inimigo, o câncer. Após o combate ao câncer é necessário melhorar a qualidade de vida do paciente, que em alguns casos, após a cirurgia oncológica da próstata ou do reto podem ocorrer sequelas, como por exemplo, a impotência e/ou a dificuldade de controlar a urina. Uma das técnicas utilizadas é a colocação de esfíncter para o controle da urina. No caso da impotência, uma opção técnica é a utilização de uma prótese semi rígida ou inflável, dependendo do caso do paciente.