Como manter a memória ativa

16 de janeiro de 2012 - 13:35


A memória é requisitada a cada instante. Quando ela falha, a vida se atrapalha. Manter atividade intelectual são compromissos a serem firmados. Em tempos de tecnologia que guarda os momentos da vida, a velha e boa memória continua um privilégio que nem todos têm

14.01.2012

Lembrar-se dos compromissos, das datas, das questões do trabalho, da vida pessoal, das contas a pagar, das senhas em um só dia. Para dar conta do turbilhão de informações, a memória, essa aptidão cognitiva tão requisitada, precisa estar em dia. Senão, a vida se complica.

Para infortúnio de muitos, a memória está longe de ser infalível, devido à sua constituição complexa e à relação que estabelece com outros elementos, como a saúde física, mental e o impacto da informação em nosso contexto.

Segundo o neurologista Glauber Ferreira, do Núcleo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), como acontece com as outras aptidões, há pessoas que são excelentes em guardar informações. Outras não.

Entretanto, outros fatores influenciam a memória. “É a prática. Tudo o que é usado, é consolidado, é reforçado. Nosso cérebro é assim: se você não usa, vai perdendo, se estimula, fica melhor”, complementa Glauber Ferreira.

Em tempos de internet e celulares que guardam a maioria das informações, não se costuma decorar mais os números de telefone, por exemplo. Mudanças como essa seriam maléficas para a memória?

Glauber Ferreira opina que o apoio desses dispositivos para os quais se delega uma função que antes era exercido pelo cérebro pode ser uma escada para atingir outros níveis de entendimento, usar a memória para outras coisas. Porque é impossível não usar a memória no dia a dia.

A neuropsicóloga e mestre em Neurociências Silviane Andrade comenta que temos acesso muito fácil às informações e não nos obrigamos a consolidar algumas, porque, quando precisamos, elas estarão acessíveis mais facilmente.

Vivendo e esquecendo…

E as queixas de uma memória com problemas são constantes nos consultórios médicos. Para a neuropsicóloga Silviane Andrade, o excesso de informações que as pessoas de todas as idades precisam lidar atualmente tem influência nos queixumes. “Hoje a gente faz várias coisas ao mesmo tempo. Assim, uma ou outra coisa não será guardada”, explicou Silviane.

Segundo ela, muitos fatores podem ser considerados como intervenientes da memória, como o sono, a alimentação, a atenção e o estresse.

Apesar de as falhas de memória serem normais, existem limites para os ‘brancos’. Estar atento à maneira como isso afeta as atividades de todo dia pode mostrar a necessidade de uma organização diferente.

O Ciência e Saúde buscou o caminho da informação até se tornar memória e os fatores que afetam negativa e positivamente essa aptidão. Além disso, profissionais da saúde alertam sobre a doença de Alzheimer, comum em idosos e que afeta a capacidade de guardar informações.

5 Dicas

1. Leia, escreva, estude, faça atividades artísticas e esportivas. As pessoas que têm atividade intelectual mais intensa podem demorar mais a apresentar sintomas graves da doença de Alzheimer.

2. Controle os fatores de risco, como o diabetes, os problemas de pressão, o tabagismo e a obesidade. São problemas que interferem na saúde como um todo, inclusive nas chances para desenvolver a doença de Alzheimer.

3. Uma taça de vinho diária, que já foi aprovada para o coração, também se mostrou eficiente para a redução do risco para a demência, segundo especialistas.

4. Dê importância ao sono, garantindo um descanso pleno a cada noite. E, apesar da dificuldade, busque um rotina menos estressante.

5. Organize a rotina com o uso de agendas, recados e listas, caso sinta a memória falhar.

Fonte:  O POVO Online/OPOVO/Ciência e Saúde
Samaisa dos Anjos
samaisa@opovo.com.br