50º transplante hepático do HGF é destaque no Diário do Nordeste
17 de novembro de 2011 - 08:50
Diário do Nordeste
50º transplante de fígado no HGF
Publicado em 17 de novembro de 2011
Paciente de alta complexidade veio de Tocantins para receber novo fígado no Hospital Geral de Fortaleza
“Estou me sentindo bem e estou muito feliz”. A frase foi pronunciada, ontem, por Lorrane Luiza Oliveira, 14 anos, que se encontra internada em um leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Fortaleza. Natural de Aparecida do Rio Negro, a cerca de 63 quilômetros de Palmas, a paciente veio do estado do Tocantins, acompanhada do pai, para ser submetida, no último dia 13, a um transplante de fígado.
Lorrane recebeu o fígado de um adolescente de 17 anos, que também doou os dois rins e o coração. Sua cirurgia foi a quinquagésima do gênero realizada pelo HGF em menos de dois anos. Na noite de ontem, os médicos a liberaram para a Enfermaria e a previsão é de que, mesmo quando receber alta do hospital, ela deverá permanecer em Fortaleza, pelo menos durante seis meses, período em que será acompanhada a cada 15 dias e, posteriormente, uma vez por mês como precaução para evitar qualquer risco de rejeição do novo órgão.
“Após a cirurgia, ela passa a ser uma doente de alta complexidade”, diz o médico intensivista do HGF, César Pontes Teixeira. Ele esclarece que, nesse tipo de transplante, os pacientes sempre vão para UTI, pois são entubados e passam por monitorização hemodinâmica intensiva, depois recebem drogas imunosupressoras para prevenir problemas de rejeição. “No caso de Lorrane, os cuidados são ainda maiores porque ela apresentou um hepatopatia autoimune, ou seja o organismo rejeitou o próprio fígado”, cita.
Ao ser entrevistada pelo Diário do Nordeste, a adolescente demonstrou muita vontade de viver e já fez planos para o futuro. “Assim que eu estiver melhor, vou voltar a estudar”. Quando sair do hospital, a garota ficará com o pai em uma pousada até concluir o tratamento. As passagens dos dois e a hospedagem são custeadas com verbas da União.
Foto Tuno Vieira
Médicos explicam que o tratamento é importante para prevenir o risco de rejeição do fígado transplantado
Segundo a coordenadora da Unidade de Transplante Hepático do HGF, Ivelise Brasil, a ajuda está prevista no TFD, ou seja, Tratamento Fora de Domicílio. Sem trabalho certo, a mãe da paciente ficou em Tocantins com a irmã mais velha, e o pai, segundo Lorrane, “vive como diarista de qualquer coisa”.
Campanha
No Ceará, a Fundação Edson Queiroz promove, desde 2003, a campanha “Doe de Coração”. O objetivo é sensibilizar as pessoas em favor da doação de órgãos. Como parte das atividades, são divulgados os procedimentos a serem adotados para uma boa doação de órgão.
MOZARLY ALMEIDA
REPÓRTER