Homeopatia é tema de debate no Outubro Médico em Sobral
24 de outubro de 2011 - 12:34
O uso da homeopatia nas diversas especialidades médicas e no serviço público de saúde serão alguns dos tema debatidos durante o evento, que este ano acontece em Sobral
A Associação Médica Cearense realiza de 27 a 29 de outubro de 2011 o XXVI Outubro Médico. Com o tema Competências e Profissionalismo Médico no Século XXI, o evento será realizada na Faculdade Medicina de Sobral. Na quinta-feira, 27, a programação da tarde será dedicada aos temas ligados à homeopatia. Das 14 às 15:30h, será realizada uma mesa redonda que vai debater o uso da homeopatia nas especialidades médicas como pediatria, ginecologia e obstetrícia, psiquiatria e no tratamento da dependência química.
Após a mesa redonda, às 16 horas, será realizada uma conferência sobre a implantação da homeopatia no serviço público de saúde. Vão participar do evento os médicos homeopatas José Bandeira Bayma, ginecologista e obstetra, Leila Albuquerque, pediatra, Tarcízio Diniz, psiquiatra e Luiz Teixeira Neto, especialista no tratamento da dependência química. Também participa do evento a homeopata e jornalista Erotilde Honório.
Homeopatia no Serviço Público de Saúde
A prática da homeopatia no serviço público vem sendo ampliada de forma mais organizada desde 2006, a partir da aprovação da portaria 971 de 3 de maio e 2006, que cria a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde.
A homeopatia, sistema médico complexo de caráter holístico foi enunciada por Hipócrates no século IV a.C. Foi desenvolvida por Samuel Hahnemann no século XVIII, estando hoje firmemente implantada em diversos países da Europa, das Américas e da Ásia. No Brasil, a homeopatia foi introduzida por Benoit Mure, em 1840, tornando-se uma nova opção de tratamento. Em 1980, a homeopatia é reconhecida como e specialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (Resolução nº 1000). A partir da década de 80, alguns Estados e municípios brasileiros começaram a oferecer o atendimento homeopático como especialidade médica aos usuários dos serviços públicos de saúde, porém como iniciativas isoladas e, às vezes, descontinuadas, por falta de uma política nacional. Com a criação do SUS e a descentralização da gestão, foi ampliada a oferta de atendimento homeopático. Esse avanço pode ser observado no número de consultas em homeopatia que, desde sua inserção como procedimento na tabela do SIA/SUS, vem apresentando crescimento anual em torno de 10%. No ano de 2003, o sistema de informação do SUS e os dados do diagnóstico realizado pelo Ministério da Saúde em 2004 revelam que a homeopatia está presente na rede pública de saúde em 20 unidades da Federação, 16 capitais, 158 municípios, contando com registro de 457 profissionais médicos homeopatas. Está presente em pelo menos 10 universidades públicas, em atividades de ensino, pesquisa ou assistência, e conta com cursos de formação de especialistas em homeopatia em 12 unidades da Federação. Conta ainda com a formação do médico homeopata aprovada pela Comissão Nacional de Residência Médica.
A implementação da homeopatia no SUS representa uma importante estratégia para a construção de um modelo de atenção centrado na saúde uma vez que:
– recoloca o sujeito no centro do paradigma da atenção, compreendendo-o nas dimensões física, psicológica, social e cultural. Na homeopatia o adoecimento é a expressão da ruptura da harmonia dessas diferentes dimensões. Dessa forma, essa concepção contribui para o fortalecimento da integralidade da atenção à saúde;
– fortalece a relação médico-paciente como um dos elementos fundamentais da terapêutica, promovendo a humanização na atenção, estimulando o autocuidado e a autonomia do indivíduo;
– atua em diversas situações clínicas do adoecimento como, por exemplo, nas doenças crônicas não transmissíveis, nas doenças respiratórias e alérgicas, nos transtornos psicossomáticos, reduzindo a
demanda por intervenções hospitalares e emergenciais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos usuários; e
– contribui para o uso racional de medicamentos, podendo reduzir a fármaco-dependência;
Mais informações:
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