Mutirão: quinze crianças passaram por cirurgia de adenoide no HGF no último sábado
2 de agosto de 2010 - 13:19
Sete e meia da manhã de sábado, 31, e o centro cirúrgico do Hospital Geral de Fortaleza, HGF, no 5º andar da Unidade Régis Jucá, já recebia os primeiros pacientes do mutirão de adenoide. Alisson, Alícia, Davi, André. Acompanhados das mães, eles pareciam tranquilos. A ante-sala do centro cirúrgico virou uma sala de recreação. Tudo para deixar os pequenos bem à vontade. Mas as mães não escondiam a ansiedade. Eliene de Lima, mãe do Davi, de 5 anos, chorava. Nas lágrimas, preocupação e emoção. Davi nasceu prematuro e sempre teve probelmas de saúde. Por conta do aumento da adenoide, ele não se alimenta bem, dorme mal e vive cheio de limitações. “Com a cirurgia, vai ser vida nova pra ele e pra toda a família.”
“Agora, vai dormir bem ela e eu.” A afirmação é de Eliana Guedes, mãe de Alícia, de 4 anos. Depois de 10 meses de espera, Alícia e Eliana vão ficar livres do problema que lhes tirava o sono. “Eu vivia preocupada. Ela não comia bem, dormia mal. Na escola, não podia brincar com os coleguinhas. Agora, vai melhorar cem por cento.” A cirurgia dura em média 40 minutos. Tempo suficiente para aumentar a ansiedade. “O coração fica apertado, mas eu sei que vai passar logo e vai ficar tudo bem.”
Nove médicos do Serviço de Otorrinolaringologia do HGF participaram do mutirão, coordenado pela cirurgiã-otorrinolaringologista Silvana Pimentel. “Com esta ação, nós vamos com uma medida simples trazer uma solução para um problema sério. Essas crianças tem atraso no desenvolvimento porque não dormiam bem, se aliementavam mal. Em 48 horas, elas vão poder uma vida normal.”
Foto O Povo
Em agosto um novo mutirão deve zerar a fila de espera da cirurgia de adenóide, que era de 32 pacientes. Permanecem na fila de espera de cirurgias de otorrino 321 pacientes que precisam operar amídala ou adenóide e amídala.
Adenóide
Se a criança respira pela boca, tem um sono agitado e perde o apetite com freqüência, é bem provável que ela sofra de uma doença que atinge cerca de 15% da população infantil: a adenóide aumentada. Da preocupação dos pais ao diagnóstico do distúrbio, normalmente não se deve perder muito tempo.
A indicação de cirurgia só se justifica quando os sintomas causam grande desconforto à criança. Embora a reincidência do distúrbio se dê em uma minoria de casos, a operação, que faz uma raspagem” da adenóide, é mais recomendada entre 3 e 7 anos de idade. Quando a criança chega a ficar alguns segundos sem respirar durante o sono (apnéia noturna), a cirurgia deve ser feita logo. Se o problema não é tão grave, é possível aguardar um pouco, já que a adenóide diminui com o tempo.
Memória imunológica
A adenóide, localizada na faringe, é um tecido de defesa que fornece informações para a produção de anticorpos contra microorganismos presentes no ar. As amídalas – cujo aumento exagerado está quase sempre associado ao da adenóide – fazem o mesmo com alguns “invasores” presentes nos alimentos. Pesquisa da Organização Saúde Otorrino, mostra que o aumento de adenóide e amídalas é a quarta doença tratada pela otorrinolaringologia mais freqüente entre crianças. Perde para a rinite alérgica, a otite média (inflamação no ouvido) e a respiração bucal relacionada à má postura.
No nascimento, a adenóide está retraída, mas cresce de forma lenta e progressiva até atingir seu ponto máximo, normalmente aos sete anos. A partir dos dez, começa a diminuir e, por volta dos 15, já está novamente retraída. Quando aumenta muito, a adenóide pode inviabilizar a respiração pelo nariz. O ar respirado pela boca é mais frio, seco e impuro e a pessoa fica mais sujeita às infecções respiratórias.
Mais informações:
Assessoria de Comunicação do HGF – 3101-7086