Medidas para Prevenção e Controle da Infecção Hospitalar

1 de julho de 2010 - 03:00

 

 

 

O Hospital Geral de Fortaleza, através de sua Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e em parceria com Secretaria de Saúde do Estado do Ceará , realizou neste mês de junho o VI Curso em Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar do HGF.

Waldélia Monteiro, presidente desta Comissão, informou que este evento contou com participação de 180 profissionais de saúde do HGF, de outros hospitais da rede da Capital e do Interior do Ceará e que teve como principal objetivo o fortalecimento do compromisso ético, moral e social da comunidade dos serviços de saúde quanto à adesão das medidas de prevenção e controle das infecções. Foram selecionados temas atuais pertinentes às boas práticas do cuidado à saúde, voltados para a permanente melhoria da qualidade assistencial, principalmente, nos desafios e adversidades a tempos vivenciados pela saúde pública. A problemática da superlotação das emergências foi abordada pela diretora geral Níobe Furtado e a questão da multiresistência microbiológica foi trazida à discussão pela infectologista Thaís Guimarães (São Paulo).

Waldélia Monteiro enfatizou a importância de implementar diversas medidas preventivas para o controle das infecções hospitalares. Relata que o corpo humano é constituído por 10 trilhões de células mais 90 trilhões de células de microrganismos que vivem em simbiose com nosso organismo ( fonte: Ciência Hoje) e que estes microrganismos colonizantes do  corpo, principalmente na pele, boca  e intestino, podem  tornar-se agentes infectantes trazendo prejuízos à saúde do individuo.  E este risco concentra-se principalmente no descuidado em manter-se cuidados básicos de higiene como lavar as mãos antes das refeições, após o uso do banheiro, cuidado com pele e saúde bucal, entre outros. No ambiente hospitalar, medidas para reduzir a microbiota colonizante do paciente, o uso de técnicas assépticas antes de procedimentos invasivos, a higienização adequada das mãos dos profissionais com água e sabonete e/ou através do uso de preparações alcoólicas, medidas de isolamentos, entre outras devem ser implementadas para a redução das infecções hospitalares.

 

 

 

Acrescentou que cuidados com paciente, familiares e visitantes também fazem-se necessários como:  evitar visitas de pessoas portadoras de doenças transmissíveis, (como gripe, conjuntivite, febre de qualquer natureza ou suspeita de infecção), higienizar as mãos antes após o contato com o paciente, evitar sentar no leito,  presença de flores naturais, principalmente em vasos com água, devem ser evitadas no quarto e devem ser  proibidas nos quartos de pacientes  imunossuprimidos. Estas são algumas das medidas que devem ser seguidas pelos familiares e visitantes pois , também, contribuirão para a prevenção das infecções hospitalares.

De acordo com Lia Fernandes, membro da CCIH do HGF e presidente do Comitê Estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde (CECISS),  a CCIH do HGF periodicamente vem fazendo treinamento “in loco” nas unidades críticas, ressaltando a importância da higienização das mãos na prevenção de infecções hospitalares. Nestes treinamentos são demonstradas as técnicas de higienização, a utilização do álcool gel e da água e sabão de maneira eficaz, a responsabilidade do profissional de saúde no cuidado ao paciente e seu papel como multiplicador das normas. Além disso, a participação da CCIH em eventos dentro do próprio hospital com a aula de higienização das mãos, utilizando, muitas vezes, ferramentas lúdicas, é   bastante incentivada.

Quanto ao controle de infecção, a nível estadual, Lia Fernandes informou que está sendo feito um levantamento da taxa de infecção hospitalar em 2010, em hospitais privados e públicos, que deve estar pronto em setembro de 2010 com a taxa do primeiro semestre. A taxa global de infecção hospitalar em 2009 foi de 6-7%, porém devido a baixa notificação dos hospitais terciários, essas taxas albergam apenas os hospitais secundários, menos complexos sendo esta taxa é bastante aceitável quanto aos níveis nacionais. Em 2010 o CECISS  incentivará a notificação dos 45 hospitais públicos e privados da capital e a criação/efetivação de CCIH nos hospitais do interior (em torno de 95, 33 hospitais pólo).