Janela aberta: projeto do HGF aproxima pacientes em isolamento de seus familiares
11 de julho de 2025 - 11:46 #Hematologia #Humanização #Projeto Janela Aberta
Assessoria de Comunicação do HGF
Texto e fotos: Eva Sullivan
Natalice pôde conversar com o esposo e a irmã durante a visita
Estar internado já é, por si só, um grande desafio, mas quando o tratamento exige isolamento, a ausência da família pode tornar esse momento ainda mais difícil. Foi pensando nisso que, em 2022, nasceu o “Projeto Janela Aberta” na unidade de hematologia do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
“Meu coração ficou tão alegre com a visita do meu esposo e minha irmã. Como fico sempre só, fez muita diferença no meu dia vê-los”. O relato emocionado é de Natalice Lopes de Andrade, de Palmácia, internada há quase dois meses na unidade. Ela pôde reencontrar os parentes, mesmo sem poder abraçá-los. “Precisei me segurar para não chorar, mas foi algo muito especial para mim. Mesmo sem poder encostar neles, só de ver já foi um alívio”, contou.
Do outro lado da janela, a irmã Maria Daniele Lopes de Andrade também se emocionou. “Foi muito bom para a gente ver a minha irmã, mesmo com esse vidro entre a gente. Ver que ela está se recuperando, sendo bem assistida, me trouxe mais tranquilidade”, disse, aliviada.
As visitas são agendadas de segunda a quinta-feira, com um dia específico para cada enfermaria
A iniciativa, realizada com todos os cuidados necessários, surgiu para responder a uma dor comum dos pacientes que enfrentam longas internações em isolamento: a ausência da rede de apoio.
“Esses pacientes ficam sozinhos, sem acompanhante, por conta da imunossupressão e do risco de infecções. O projeto foi criado justamente para resgatar esse vínculo familiar, de forma segura, organizada, mas sem deixar de ser valioso para eles”, explica a terapeuta ocupacional Waneska Alves, que integra a equipe.
A profissional descreve os três momentos da ação. “Durante o acolhimento, a gente conhece os visitantes, entende suas necessidades. Às vezes, eles vêm entregar ou buscar algo do paciente. A visita é conduzida com cuidado, uso de EPIs, e o paciente se comunica com o familiar por meio do celular. Mesmo assim, o impacto emocional é enorme”, ressalta.
A ação envolve profissionais da Terapia Ocupacional, Serviço Social, Psicologia, Enfermagem e Medicina, nessa experiência de reconexão que humaniza o cuidado.
“Em um lugar onde os tratamentos exigem tantas restrições, reencontrar quem se ama, mesmo que por trás de um vidro, é um verdadeiro remédio para a alma”, finaliza a terapeuta.