Viver para cuidar: Histórias de quem faz da enfermagem um ato de amor no HGF

16 de maio de 2025 - 16:00 # # #

Assessoria de Comunicação do HGF
Texto: Eva Sullivan
Fotos: Eva Sullivan

No Hospital Geral de Fortaleza (HGF), equipamento da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), entre corredores, bandejas e plantões, as histórias de quem dedica a enfermagem se entrelaçam com as de milhares de pacientes. Rosilene, Fátima e Lohana, três mulheres com trajetórias diferentes, mas a mesma certeza: a enfermagem é um ato de amor.

“Eu gosto de dizer que ser enfermeira é viver servindo com amor”. São as primeiras palavras da enfermeira Rosilene Ribeiro, 58, para resumir a profissão que abraçou há 34 anos. Ela carrega na memória as marcas de centenas de pacientes que conheceu durante a sua trajetória.

 

“Aqui, cada paciente chega de uma longa caminhada. São pessoas que vêm de postos, UPAs, hospitais do interior. Quando chegam aqui, a gente sabe que, se não fizermos o nosso melhor, talvez eles não tenham mais chance em outro lugar. Aqui é o último lugar de esperança para muita gente”, afirma.

Para essas profissionais, a enfermagem vai além da técnica. É sobre escuta, é sobre olhar atento, é sobre estar presente verdadeiramente na vida dos pacientes. Ela lembra de um paciente que ficou gravado no seu coração. Paraplégico, dialítico e com um prognóstico difícil, ele passou mais de um mês na sala de recuperação até receber alta. “Ele dizia que era tão bem cuidado que aqui era o melhor lugar para ele. Às vezes é isso, é sobre um cuidado que não está no prontuário, mas que muda tudo”, relembra.

 

Do outro lado do hospital, nos bastidores da Central de Material Esterilizado (CME), a técnica de enfermagem Maria de Fátima Evangelista, 56, vive uma rotina que poucos pacientes conhecem, mas que é essencial para cada procedimento. Há 33 anos no HGF, ela conhece como poucos os bastidores. “Muita gente acha que porque a gente não tá ao lado do paciente, nosso trabalho é menor”. Mas sem o que a gente faz aqui, nada acontece lá na frente. Eu preparo cada bandeja como se fosse para minha mãe, para minha filha ou para mim. Porque um dia pode ser, né?”, conta.

Fatinha, como carinhosamente é conhecida, mesmo enfrentando problemas de saúde, como lúpus e tireoidectomia, e tendo a mãe internada na UTI, segue firme, sem perder o entusiasmo. “Eu vim trabalhar, porque aqui também precisam de mim. Quando a minha mãe for para a enfermaria, aí sim, fico direto com ela. Mas, por enquanto, estou aqui cumprindo meu papel”, afirma.

 

Para Lohana Castro, 27, o amor pela enfermagem veio à medida que a prática mostrou o tamanho da entrega necessária. “Eu comecei sem saber muito bem se era amor. Mas quando fui para a prática, percebi que era mais que profissão”, conta.

Ela divide seu tempo entre a assistência e a Comissão de Educação Permanente (CEPEN), onde ajuda a preparar outros desafios para os desafios diários da enfermagem. Lohana reconhece que é impossível não criar vínculos. “Aqui dentro, sou a enfermeira Lohana. Lá fora, sou só a Lohana pessoa. É assim que consigo não me deixar consumir, mas também não agir só com razão. Porque, no fim, cuidar é isso: um equilíbrio diário entre a técnica e o coração”, finaliza.

Entre histórias, risadas, memórias difíceis e momentos de superação, as três deixam claro que o cuidado é o que dá sentido ao que fazem. Porque, como elas mesmas dizem, cuidar é um ato de amor. E o amor é o que dá sentido a tudo.