Tratamento

4 de setembro de 2012 - 16:10

TRATAMENTO

Se você recebeu um diagnóstico de câncer da mama e foi matriculada no Hospital Geral de Fortaleza, a equipe de especialistas em doenças mamárias vai lhe formular um plano terapêutico, que é sempre individualizado. Os médicos do Serviço de Mastologia compreendem a imensa ansiedade e medos que “invadem” cada paciente nessas horas difíceis que se seguem ao diagnóstico e estão preparados e dispostos a oferecer a todas, um atendimento compassivo e solidário. O seu plano de tratamento lhe será comunicado de uma maneira simples e clara e você será solicitada a participar das decisões sobre as diferentes modalidades de tratamento disponíveis atualmente.

As principais opções são: 
 
Cirurgia
Radioterapia 
Quimioterapia
Hormonioterapia 
Terapia Alvo 
Você poderá receber mais que um tipo de tratamento. A cirurgia e a radioterapia são formas de tratamento localizado. Elas removem ou destroem as células cancerosas na mama. Quimioterapia, Hormonioterapia e Terapia Alvo, são chamadas de tratamentos sistêmicos, pois são drogas que entram na corrente sanguinea e destroem ou controlam o câncer em todo o organismo. 

O melhor tratamento para você dependerá de uma série de fatores, principalmente do estágio do câncer, dos resultados dos exames para receptores hormonais, do teste HER2/neu e do estado geral da sua saúde. Seu médico vai lhe explicar as opções de tratamento, os resultados esperados e os possíveis efeitos colaterais (e também como prevenir ou reduzir esses efeitos e como o tratamento pode mudar suas atividades normais).

CIRURGIA
 
É o tratamento principal e o mais comum para o câncer de mama.
CIRURGIAS CONSERVADORAS  
Removem apenas uma parte do tecido mamário. As Setorectomias retiram todo o tumor com uma pequena quantidade de tecido glandular sadio ao seu redor e as Quadrantectomias vão remover cerca de um quarto da mama, incluindo a lesão maligna.
MASTECTOMIAS
Extirpam toda a glândula mamária, podendo incluir parte da pele, a aréola e o mamilo. Pode haver necessidade de remover os gânglios linfáticos da axila (chamamos este procedimento de linfadenectomia axilar), se o cirurgião achar que eles possam ter sido afetados pelas células de câncer. Sabe-se que existe uma predileção natural para que isso possa ocorrer nessa doença.
BIOPSIA DO LINFONODO (OU GÂNGLIO) SENTINELA
Os estudos mais recentes demonstraram que geralmente apenas um dos vários gânglios presentes normalmente na axila seja o primeiro a receber as células malignas vindas do tumor mamário através dos canais linfáticos (daí ter sido denominado linfonodo sentinela). Através de modernas técnicas que utilizam materiais radioativos, este gânglio pode ser encontrado durante o ato cirúrgico e examinado imediatamente pelo médico patologista (que emprega os métodos de citologia por imprint e biópsia de congelação).
Se este gânglio não contiver células cancerosas, é muito provável que os demais gânglios axilares estejam também normais e a sua remoção (linfadenectomia total) pode ser evitada. Isso traz grandes benefícios para as pacientes, que praticamente não terão várias complicações cirúrgicas, dentre as quais o linfedema pós-operatório (inchaço no braço no lado operado) e limitações nos movimentos daquele braço.
CIRURGIA RECONSTRUTORA DA MAMA
A equipe de Cirurgia Plástica selecionará os casos adequados para os procedimentos de reconstrução mamaria após mastectomias e quadrantectomias. As reconstruções podem ser imediatas, se são feitas no mesmo ato cirúrgico da remoção da mama (oncoplásticas), ou tardias, quando realizadas numa época em que já ocorreu a cicatrização completa da mastectomia.
RADIOTERAPIA
A Radioterapia utiliza altas doses de Raios-X, produzidas por um aparelho denominado Acelerador Linear. Ela é recomendada após as cirurgias conservadoras para eliminar células de câncer que possam ter permanecido na mama operada. Essa terapia não tem efeito, entretanto, em qualquer célula maligna tenha ido para outras partes do corpo.
O tratamento dura alguns minutos por sessão e é feito ambulatorialmente, cinco dias por semana, durante aproximadamente cinco a seis semanas, dependendo de cada caso. Pacientes que tiveram uma mastectomia total podem também em alguns casos, receber Radioterapia pós-cirúrgica. Outras indicações para esta modalidade terapêutica incluem os grandes tumores, quando é aplicada no pré-operatório e para     tratar lesões em localização difícil.






QUIMIOTERAPIA
Quimioterapia (QT) significa o uso de drogas, isoladamente ou em combinação, para matar células cancerígenas.
É considerada um tratamento sistêmico, pois as medicações vão se distribuir pela corrente sanguinea, para todo o organismo. No câncer de mama, a quimioterapia poderá ser utilizada: 
Antes ou depois da cirurgia, de acordo com o planejamento de tratamento de cada caso.
Como tratamento primário do câncer que já atingiu outros tecidos ao tempo do diagnóstico.
Nos casos de recorrência da doença após o tratamento inicial. 
As células malignas tendem a crescer e se dividir rapidamente, desordenadamente e sem controle. Por esses motivos, algumas vezes elas conseguem se desprender do tumor original (primário) e então viajar para outros locais do organismo, onde darão origem às metástases (tumores secundários).
A maioria das células normais tende a crescer e se dividir de modo preciso e ordenado. Algumas células normais, entretanto, dividem-se mais rapidamente, incluindo as células dos folículos pilosos (raiz dos cabelos), mucosa oral e do aparelho digestivo e medula óssea (a medula óssea fabrica as células sanguineas). A quimioterapia pode afetar essas e outros tipos de células que se reproduzem com rapidez, fato responsável por alguns dos seus efeitos colaterais. 
Quando utilizada no tratamento do câncer de mama em estágios iniciais, é comum que seja iniciada após a cirurgia, tão logo você se recupere. Os médicos chamam esse tratamento de Quimioterapia Adjuvante, por ser dada em adição à cirurgia, que é o tratamento primário.  
Em alguns casos, a QT é administrada antes da cirurgia, quando os médicos querem diminuir o tumor da mama de forma a melhorar as condições de operabilidade. A QT pré-cirúrgica pode ainda reduzir muito o tamanho do tumor, de forma a permitir uma cirurgia conservadora numa paciente com indicação de mastectomia total. Eles chamam esse tratamento de Quimioterapia Neoadjuvante. Deve-se reforçar que, mesmo nos casos em que o tumor da mama regrediu totalmente, a cirurgia continua a ser necessária para o tratamento.
Em muitos casos as drogas (remédios) quimioterápicas são utilizadas em combinação, o que significa que você recebe dois ou três medicamentos no mesmo tratamento. Essas combinações são chamadas de esquemas quimioterápicos.      
HORMONIOTERAPIA
Depois que um câncer de mama é removido, suas células são examinadas (pelo médico patologista) que vai verificar se elas contém receptores para os  hormônios sexuais femininos – estrogênio e progesterona. Se as células malignas têm esses receptores, dizemos que aquele câncer de mama é “receptor-hormonal-positivo”. 
Se você imaginar uma célula maligna mamária como sendo uma casa, pense que os receptores hormonais sejam pequenas janelas. Os hormônios femininos que circulam no corpo chegarão em algum momento nas “janelas” e a partir deste contato, enviarão sinais para que a célula maligna cresça e se multiplique.
A Hormonioterapia (HT) age através da redução da quantidade de estrogênio no organismo ou bloqueando seus efeitos (imagine que um remédio possa “fechar” aquelas janelas que descrevemos acima). Nos tumores receptores-positivos, as drogas utilizadas na hormonioterapia são capazes de retardar o crescimento ou diminuir o câncer de mama com metástases. Além disso, nos casos de tumores iniciais, podem reduzir o risco de recorrência da doença após a cirurgia. 
É importante esclarecer aqui que Hormonioterapia do câncer não é o mesmo que Terapia de Reposição Hormonal da menopausa (TRH). Esta última é usada para aliviar os sintomas comuns da menopausa, como as ondas de calor e alterações do humor. Na TRH, os médicos vão prescrever hormônios (estrogênio, progesterona e outros hormônios). A Hormonioterapia para o câncer (HT) é exatamente o oposto – ela bloqueia ou diminui os níveis de estrogênio do corpo. 
 
 
TERAPIA ALVO
A Terapia Alvo é um tratamento que utiliza drogas (remédios) que ajudam o sistema imunológico a combater o câncer. Trastuzumabe é um exemplo de droga que atinge células que produzem quantidades excessivas de uma proteína chamada HER-2. Esta proteína está presente nas células malignas de algumas pacientes com câncer de mama. A HER-2 envia sinais moleculares de fora para dentro das células, “ligando” ou “desligando” alguns genes que tem a função de regular diversas funções celulares, como crescimento, sobrevida, migração e diferenciação. Quando  o Trastuzumabe é administrado, ele se liga aos receptores HER-2 impedindo a sua atividade. O resultado final é o controle da reprodução desordenada das células do câncer. O Trastuzumabe   pode ainda agir induzindo o sistema imunológico a atacar células que expressem altos níveis de HER-2.
A Terapia Alvo e a Quimioterapia são tratamentos que combatem o câncer. Elas agem, contudo, de formas distintas. A Terapia Alvo ajuda o seu sistema imunológico a destruir o câncer. A Quimioterapia ataca o câncer diretamente.
Os médicos esperam que a Terapia Alvo possa:
Parar ou retardar o crescimento das células malignas.
Facilitar que o seu sistema imunológico destrua ou se livre de células cancerosas.
Impedir que o câncer de dissemine (espalhe) para outras partes do seu corpo.