Testosterona e a Saúde do Homem

14 de janeiro de 2011 - 10:26

 

Segue artigo enviado pelo chefe do Serviço de Urologia do HGF, Fábio Dantas:

No último congresso da Associação Americana de Urologia realizado em São Francisco , Estados Unidos, em 2010, foi debatida a relação entre a deficiência de testosterona e o risco de doenças cardiovasculares . Foram examinadas as evidencias epidemiológicas , de ciência básica e clinica das doenças cardiovasculares.

A testosterona regula o metabolismo dos carboidratos, lipídio e proteína , modula músculos e a fisiologia do tecido adiposo do corpo humano.
Recentemente  a relação entre a deficiência de testosterona e o aumento da mortalidade em homens vem recebendo  especial atenção. O mecanismo pelo qual a deficiência de Testosterona contribui para a mortalidade inclui múltiplos fatores de risco de doenças cardiovasculares.

Vários estudos tem demonstrado a relação entre hipogonadismo e doenças arteriais coronarianas. Em estudo de Rotterdam foi demonstrado a associação inversa entre níveis de testosterona e a progressão  de arteriosclerose em 504 homens saudáveis e não fumantes.

O aumento do risco relativo de arteriosclerose foi significativamente associado  aos  baixos níveis de testosterona total  e biodisponível  e foi independente de idade,  níveis de colesterol tabagismo , ingesta de álcool e diabetes.

A deficiência de testosterona pode acelerar a crise de arteriosclerose e sua progressão via produção de citoquinas e contribui para o aumento no risco de doenças cardíacas.

Malkin e Cols demonstraram que a administração de testosterona demonstrou significante redução na taxa de colesterol total. Os autores demonstraram que a variação de balanceamento das citoquinas resultaram na redução do processo inflamatório. Os achados sugerem que a testosterona modula a resposta do sistema imunológico ao processo inflamatório, o que seria critico  na inibição dos ateromas  e progressão da síndrome coronariana.

A deficiência de testosterona desempenha um papel  importante na gênese da patologia da síndrome metabólica, resistência a insulina , diabetes tipo dois , obesidade e muitos outros fatores de risco de doenças cardiovasculares.

 A questão importante permanece. O tratamento do hipogonadismo com testosterona melhora ou previne os eventos cardiovasculares? A respostas a estas questões requerem estudos e pesquisas clinicas futuras.

Como especialistas na saúde do homem, os urologistas devem estar familiarizados com as evidências clinicas e cientificas estabelecidas entre os moduladores da fisiologia vascular e os níveis endógenos de testosterona.

Fábio Dantas
Chefe do Setor de Urologia do HGF