A Disfunção Erétil Merece Atenção

14 de junho de 2010 - 14:46

 

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia(SBU), a disfunção erétil atinge cerca de 50% dos homens acima de 40 anos, mas menos de 10% procuram o médico.

Para os especialistas, a falta de ereção, muito mais do que um problema sexual, pode ser um marcador de doenças, já que pode estar relacionada a uma série de outros problemas, tais como cardiopatias, hipertensão e diabetes. A SBU orienta o homem a procurar um urologista anualmente e valorizar o receituário urológico, evitando a automedicação.

Estimativas da entidade mostram que cerca de 50% dos homens adultos com mais de 40 anos têm alguma queixa em relação às suas ereções. Acredita-se ainda que um grande número de casos de disfunção erétil ocorre exclusivamente devido a fatores psicológicos.

“Aproximadamente 50% dos pacientes portadores de diabetes e 38% dos pacientes com doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, aterosclerose, arritmias cardíacas, doenças coronárias) têm algum grau de disfunção erétil. Além delas, as doenças neurológicas, nefropatias (doenças do rim) e depressão também estão relacionadas à disfunção”, afirma o coordenador de campanhas da SBU, Aguinaldo Nardi. Ele ressalta que a prevenção à doença está em hábitos de vida saudáveis: alimentação balanceada, prática de exercícios, e sobretudo, evitar o alcoolismo e o tabagismo.

Nardi explica que outras doenças urológicas podem colaborar para a disfunção. “Doenças do pênis, como por exemplo, a doença de Peyronie (pênis curvado), podem causar disfunção erétil. Outras doenças que atingem o homem durante o envelhecimento como a hiperplasia benigna da próstata, a queda do hormônio masculino (a testosterona) e o tratamento do câncer de próstata podem levar à dificuldade de ereção”, diz.

De acordo com os urologistas, menos de 10% dos homens que têm o problema procuram auxílio médico. Para o presidente da SBU, José Carlos de Almeida, a vergonha em comentar o assunto e o medo do diagnóstico afasta o paciente do médico. “Poucos procuram ajuda médica, muitos preferem conversar com os amigos para obter mais informações e se medicarem. Nossa missão ética e médica é evitar a automedicação em todos os níveis. O uso abusivo continuado pode ocultar a oportunidade de um diagnóstico precoce de doenças de risco relacionadas à disfunção”, diz.

Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2007 enquanto 16,7 milhões de mulheres foram ao ginecologista, apenas 2,7 milhões de homens foram ao urologista. A visita a um urologista é importantíssima. Ele poderá detectar, por exemplo, se a disfunção erétil é um problema orgânico ou psicológico e prescrever o tratamento mais indicado para aquele perfil. “É fundamental uma boa conversa com o paciente, mesmo antes de prescrever drogas orais, injeções ou cirurgia. O fator emocional influencia muito”, enfatiza o chefe do Departamento de Andrologia da SBU, Carlos Da Ros. A Andrologia é o setor dentro da Urologia responsável pelo sistema reprodutor, da função sexual e da regulação de hormônios masculinos.

A disfunção pode estar presente mesmo quando haja o desejo e a ejaculação normais. Hoje há diversos tratamentos para o problema que variam desde medicamentos até a indicação cirúrgica. “A primeira linha inclui medicamentos orais (inibidores da fosfodiesterase número 5: sildenafil, tadalafil, vardenafil, lodenafil) e psicoterapia. A segunda linha é composta por injeção intracavernosa e intra-uretral de medicamentos que causam a ereção. E na terceira linha temos as próteses penianas”, explica Da Ros.

Para entender melhor

MECANISMO DE EREÇÃO: parte do cérebro um estímulo (auditivo, olfativo e/ou visual) que atravessa a medula espinhal e atinge os nervos que inervam o pênis, que possui um corpo cavernoso de cada lado. Os corpos cavernosos funcionam como esponjas. Quando seus vasos dilatam e entra mais sangue do que sai, acontece a ereção.

DISFUNÇÃO ERÉTIL: é a incapacidade de obter e ou manter uma ereção suficiente para uma atividade sexual satisfatória.

PREVENÇÃO: hábitos de vida saudável. Evitar sedentarismo, alcoolismo, tabagismo, pressão alta, colesterol alto etc.

TRATAMENTO: Auxílio de um urologista (para prescrever o melhor tratamento) e de um terapeuta sexual (para fazer o acompanhamento emocional).

DOENÇAS ASSOCIADAS: hipertensão, diabetes, cardiopatias, doença de Peyronie, hiperplasia benigna da próstata, entre outras.

Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia(SBU) – www.sbu.org.br

 

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